quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre tudo que já li um dia...

Esse post provavelmente deveria estar inserido no primeiro posto do "Sobre as palavras que li...", pois não deixa de ser uma apresentação do que esse blog representa para mim.

Eu sempre fui daquelas pessoas que tinham diários. Neles, escrevia tudo que acontecia em minha vida, meu dia a dia. Era simples e raso, como é a maioria dos diários infantis e pré-adolescentes. Na adolescência, parei um pouco com os diários.

Meus cadernos de segredos, dessa vez, eram minhas amigas: Rossane, Márcia, Nicole e Mayra. Cada uma a seu tempo, nós éramos os diários umas das outras, alguns mais discretos outros bem explícitos. E, confessemos, mesmo que pedíssemos prá não contar prá outra (principalmente, quando envolvia a Rô e a Márcia), sempre todas ficávamos sabendo das histórias.

Em 2001, eu mudei de cidade. Fui para o Rio. Desde essa data, milhões de coisas mudaram na minha vida e, principalmente, na minha cabeça. Li o livro "Veronika decide morrer" e fiz meu auto-diagnóstico. Minha mente ficou cada vez mais borbulhante. Talvez, não para as coisas mais apropriadas, mas eu sentia uma necessidade imensa de colocar prá fora tudo que estava dentro de mim... e foi assim que começaram os blogs em 2002.

Entre 2002 e 2003, manti blogs cheios de mensagens subliminares... falava o que sentia através de músicas, poesia... A depressão já havia se instalado e nada que eu escrevesse seria o suficiente prá descrever a dor que eu sentia. Quando eu escrevia, gerava um pânico geral ao meu redor... e foi assim que segui.

Em 2004, encontrei uma válvula de escape: os livros. É... minha paixão por livros e literatura veio BEM tardia. Eu lia o que me interessava, mas não me envolvia com o que lia. Até que ganhei um livro de presente de uma amiga (Valeu, Má!). Era um livro curtinho, divertido, mas que me fez ver que aquilo poderia preencher um pouco do meu vazio. Sim, eu tenho um buraco na alma gigante!

Fiz minha carteirinha na biblioteca municipal e comecei a devorar livros. Pelo menos até eu lembrar a que estava me dedicando dessa vez: vestibular. Ahhh é! rss... Larguei um pouco "esses" livros de lado e fui para as apostilas. Vestibular passado, fui prá faculdade.

Na FAU, acho que todo mundo sabe que as coisas não foram aquele sonho dourado. Eu fiquei tão mal que, de um auto-diagnóstico, tive que passar por 3 diagnósticos de depressão e transtorno de ansiedade. Os últimos 5 anos se resumiram em muita intensidade, muita compulsão! Ora pela faculdade, ora pelo trabalho, ora pelos livros, ora pelo "não-viver".

Nos últimos 2, 3 anos... fui me afastando das pessoas que tanto gostava (por incompatibilidade de horário) e os livros foram se tornando meus melhores amigos. Não importava para onde eu fosse, tinha pelo menos 1 comigo. As interrogações estavam sempre dentro de mim. Eu estava cheia de perguntas sem resposta... Houve trabalhos que eu entreguei no limite, outros atrasados, outros não entreguei... Tamanha era a minha interrogação. Ontem mesmo, me dei de cara com uma monografia que deveria ser simples, baseada em 3.. 5 obras... Eu li 30 e não consegui achar uma resposta para o problema.

Até agora, nada do que falei tem realmente significado para o meu novo blog. Afinal, isso tudo poderia estar no "Sou louca, e daí?". Com exceção da última frase do parágrafo a cima. O problema não é exatamente o fato de eu não conseguir uma resposta, mas talvez de achar uma que fosse DIGNA. Ou incontestável... hahaha... é muita audácia minha querer ter uma resposta incontestável para qualquer pergunta, mas esse é o sentimento que nasce e me castiga tanto.

É muito fácil falar sobre mim. Só que eu tenho milhões de teorias loucas sobre o mundo, a vida e as palavras que li, contudo, nunca tive coragem de expô-las como algo que levo a sério. Quero tentar fazer desse blog um exercício. Exercício do pensar, exercício do escrever, mas, principalmente, exercitar minha auto-confiança e meu perfeccionisto. Obviamente, os 2 últimos em direções opostas. Tenho que parar de ter medo de não saber o suficiente, ter mais confiança em mim e não querer ser tão perfeccionista. Admitir erros, pensamentos e idéias incompletas.

...enfim... pensar, viajar e escrever sem muita pretensão. Exercitar de forma diferente aquilo que vem efetivamente se tornando minha grande paixão... aumentar cada vez mais o número de interrogações e acumular conhecimento. Vou repetir o que digo sempre... apesar de tudo, conhecimento é algo que nunca é desperdiçado e nem pode ser considerado desperdício.

2 comentários:

  1. A vida é feita de estações e tudo muda. Abraço.
    Jefhcardoso do
    http://jefhcardoso.blogspot.com

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  2. Sabe garota. Acho q vc deveria participar do meu filme Porno.

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